segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Redes sociais.

Você entra na página e vê:

“Tô assistindo ao BBB...” aproximadamente 5 minutos ago 

Minutos antes:

“Vou lavar o cabelo.” aproximadamente1 minutos ago 


Ainda antes:

Ok. Não desanima! Mas atire a primeira pedra quem não acha isto uma chatice.



Não, não!! Nada contra o Twitter. Para mim este é um dos programas mais bem feitos da atualidade. Porque tiraram de uma idéia bem simples " o que você esta fazendo agora" mais a contagem reduzida de caracteres. É como se juntassem o subnick do msn com algum site de divulgação. Na minha opinião só fica atrás do Facebook. E esta não é apenas a minha opinião, mas de vários artistas e ate mesmo outros programas famosos como o orkut que resolveu adiquirir a idéia de forma similar. 

Mas por favooor! Você acha legal contar que já tomou banho hoje? É a sua obrigação! Que comeu pizza ao invés de lasanha? Que deu dois passos ao sair do seu próprio quarto? A nossa sorte é que há muitas pessoas criativas postando por lá coisas interessantes, e não quantos banhos tomou e sim postando links engraçados também.

Um fato interessante do Twitter é que o programa aproximou muitas celebridades de seus fãs, Lady Gaga e Justin Bieber estão ae para comprovar. Afinal tem forma mais fácil de se conectar aos fãs falando apenas em 140 caracteres? Acho que não.


Mas a verdade é que as pessoas só publicam detalhes da própria vida porque sabem que alguém vai ler. Vamos combinar que não faltam curiosos para fuxicar a vida alheia. E não precisa ser necessariamente famoso. Às vezes, sem razão nenhuma, você acompanha a vida de uma pessoa comum. Olha as fotos da última balada, o aniversário da irmã, a viagem de formatura, e as mensagens é claro. Começamos a fazer isso no orkut e agora que existem variados programas então... Conseguimos listar a vida da pessoa inteira, e nem precisamos ser detetives. 

Você então se interessa pela vida da pessoa e começa a puxar papo, em menos de 10 minutos de conversa já são amigos de infância, trocam email, conversam pelo msn por ser mais intimo, trocam fotos e muitos blábláblás. Mas fala a verdade, será mesmo que algum dia irá conhecer a pessoa REALMENTE? Sim, porque saber da vida inteira, dos gostos e hobb's não é necessariamente conhecer, afinal você só conhece alguém realmente quando se convive. Isso só mostra que as redes sociais tem passado o "falso" pensamento de aproximar as pessoas. Afinal hoje em dia muitas pessoas preferem conversar pelo facebook ao invés de se encontrar para tomar sorvete.

Mas pare e pensa... Quanto tempo do seu dia você passa acompanhando a vida alheia? Todos passamos um certo tempo fazendo isso, mesmo que sem consciencia desse ato! Fazemos isso no ônibus, no caminho para o trabalho, na caminhada na praça, no shopping, em casa, 24 horas por dia.

Afinal, isso é SER humano!


“Pintei a unha e agora to esperando secar..” aproximadamente 30 minutos ago

domingo, 23 de janeiro de 2011

Nostalgia.



Todos os dias quando acordo demoro para abrir os olhos, fico longos segundos pensando no que estará por vir, a rotina que já esta pré estabelecida, e só então abro os olhos, vasculho todo o quarto, para ter certeza de que esta tudo no lugar, que nada foi mexido, vasculho pensamentos procurando algo que realmente me motive a sair da cama, quente e macia. E somente após levantar e olhar para cama com saudade é que percebo que já estou atrasada e que o café esta frio.


Sigo então, concretizando a minha repetida rotina. Ando ate o banheiro, me arrastando, numa lentidão agonizante, escovo os dentes, sem nem ao menos olhar para o espelho e só então, após fazer minha higiene é que tenho coragem de olhar ao espelho. Vejo o rosto ainda amassado do sono, os cabelos desgrenhados e os olhos verdes ainda meio fechados, e então tomo coragem e lavo meu rosto com a água fria, que me desperta parcialmente, e é nesse topor que revejo minha lista imaginaria, busco por inumeras tarefas que me faltam fazer, e percebo que as desejosas já estão feitas, estas sempre são as primeiras. Percebo então que ainda faltam as indesejadas, e estas eu adio, ate que não haja mais tempo, e é com estes pensamentos que relembro então das tarefas que já foram adiadas, estas, eu finalmente tomo coragem para fazer-las.

Seco o rosto com a toalha felpuda, sento na tampa da privada, ainda fechada, me inclino, ficando corcunda, a cabeça perdida entre as pernas, segurando o choro. Deste pequena eu quis ser a filha perfeita para minha mãe, o orgulho do meu pai, a namorada engraçada, a amiga fiel, a aluna exemplar. No começo o esforço para ter cada uma dessas em mim foi desgastante, como se eu estivesse interpretando outra. Uma desconhecida. A desconhecida que eu queria ser.

Teve um tempo em que achei que realmente era esta desconhecida, mas na realidade nunca fui. E descobrir isso doeu, mas uma dor rápida, feito band-aid quando puxado rápido e com força. Mas é na hora do banho que me derramo, literalmente. É no banho que posso chorar sem culpa, sem ter que compartilhar. E depois de segundos, não consegui mais distinguir se o que molhava meu rosto eram as lágrimas ou as gotas d'água.

Houve um tempo em que chorar não era para mim, as únicas lágrimas que deixavam meus olhos eram as de raiva, raiva dos outros, por qualquer motivo. A violência mundial, a mãe briguenta, o pai as vezes ignorante e a amiga super sensível.

É quando percebo que sou um pouco da "mãe briguenta", do "pai as vezes ignorante" e da "amiga super sensível" é que tudo desmorona. Porque é assim que vejo que nunca fui e nunca vou ser a desconhecida que pensei ser antes. E não há lágrimas suficientes que mudaram isso. E é assim que eu provo para a amiga super sensível o quanto meu coração não é de pedra, mostro também, que não sou a mulher forte que meu pai quer ter como filha, ou a mulher perfeita que minha mãe sempre quis ser.


Mas é lembrando de velhos acontecimentos, que enfrentei firme e forte, mesmo que por dentro tudo tivesse desmoronado, que percebo.

Não importa o quanto me joguem as dificuldades, eu sempre vou passar por elas, fingindo ser a garota perfeita para minha mãe, o orgulho do meu pai, e a durona de coração de gelo.



A porta está aberta. Entre.



Acho que escrever me liberta, porque é através das palavras que transbordo todas as minhas emoções, minha imaginação infantil e doentia; me inspira, a escrever sobre assuntos diversos, sobre a minha vida ou a do vizinho, sobre a chuva e o sol; me mostra e me ensina a andar por entre os caminhos tortuosos, estreitos e incorrigiveis da vida. Sou escrava desse ato, pois não consigo me imaginar sequer um dia sem escrever, seja frases bobas e sem sentido a textos mirabolantes ou então sobre algo que vi nas ruas, as fofocas de domingo na casa da amiga ou a conversa alheia. Por muito tempo escrever foi o meio que achei de entrar no meu próprio "conto", de desabafar ou apenas para deixar por escrito algum pensamento bobo. E desses, eu tenho aos montes.

Está aberto o “livro” dos meus pontos de vista, e pode parecer estranho mas eu tenho vários.

O que esta aqui, aqui vai ficar. Não haverá respostas para possíveis perguntas, sobre possíveis textos. As palavras publicadas aqui são literalmente minhas, só eu vou realmente entender o porque de cada ponto ou virgula, só eu vou realmente sentir o poder que as palavras tem e (me) causam. Não haverá um assunto especifico como a paz mundial ou o governo. Mas como já disse, escrever me liberta, escrever é algo realmente importante e necessário para mim, por isso vou compartilhar-los, porque as palavras elas são livres, e seria injusto deixa-las esquecidas e criando poeira em um caderno qualquer. Afinal escrever é libertador.

E isso nunca vai mudar.